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Empreendedores de Areia

Acompanho diariamente a movimentação dos mercados e dos profissionais. Com certa frequência observo um grande volume de negócios e boas ideias que acabam sucumbindo rapidamente após seu início.

Esta situação parece que aumenta em períodos de incertezas e principalmente de trocas nos postos de trabalho nas organizações. Aparentemente, o indivíduo ao sair de uma empresa ou ao perceber sua situação ameaçada decide empreender e buscar a independência financeira.

A ideia é fantástica e digna de ser enaltecida. Afinal, somos uma nação empreendedora, criativa e que se reinventa de tempos em tempos. O único porém está no fato de que muitos tomam a decisão sem o devido preparo e ciência dos desafios que virão à medida em que o tempo avança. Empreender é um grande desafio e precisamos estar muito bem preparados para superar as dificuldades, agruras e cenários dinâmicos que baterão em nossa porta. Todo empreendedor tem uma pitada de sonhador. Mas ela deve ser realmente pequena e que não interfira na forma com que conduzimos e decidimos a respeito dos nossos negócios.

Investir de maneira atabalhoada, sem muita análise ou critério e fazendo cálculos superficiais a respeito do retorno ou equilíbrio financeiro, são erros muito mais frequentes do que imaginamos. Estamos em um momento de mercado nervoso, repleto de tensões e que não permite a presença de amadores ou práticas suicidas como tentativa e erro.

Buscar orientação adequada e de profissionais com experiência no segmento que você deseja empreender é premissa básica para que possa aumentar a longevidade de seu negócio. Não se iluda com modismos ou negócios emergentes, sem que haja um cuidado e uma análise bem criteriosa. A saturação de alguns segmentos faz com que haja um canibalismo nos preços praticados junto ao mercado consumidor e este é o primeiro degrau da descida para o fundo do poço.

Seja minucioso em seus cálculos de custos e investimentos e analise um horizonte de pelo menos 12 meses. Procure trabalhar com uma visão e estratégia sempre pautada nos momentos de maior dificuldade, pois se você obtiver o equilíbrio neste cenário extremo, suas chances de crescer e prosperar são significativas. Não tenha receios de pedir orientação, tampouco de reservar uma parte de seus recursos para investir em consultorias especializadas em seu mercado ou gestão de negócios. Afinal muitos de nós não foram preparados anteriormente para este momento.

Abaixo cito algumas questões para que você reflita sobre seu empreendimento:

Estrutura: seu espaço físico está adequado para o atual estágio de seu empreendimento? O tamanho da equipe de trabalho atende a demanda do negócio?

Custos fixos: você realmente precisa estar neste local? Seu aluguel e demais despesas com estrutura são condizentes com seu negócio e faturamento? Você de fato necessita de uma equipe deste tamanho? Os salários estão equilibrados com seu faturamento?

Marketing: você separou recursos suficientes para efetuar um plano de marketing de seu negócio de médio a longo prazo? Como seus futuros clientes encontrarão seu negócio? Que público você deseja atingir? Conhece seus hábitos de consumo?

Treinamento: sua equipe está bem preparada para atender as expectativas de mercado? Você possui uma equipe alinhada e ciente de suas atribuições? Qual seu plano de investimento em treinamento e capacitação da equipe?

Reserva financeira: qual é o tamanho do seu fôlego financeiro? Quanto reservou para períodos de dificuldades? Elaborou um plano de contingência financeira para casos de recessão?

Expansão: você está preparado para o caso de seu negócio sofrer um crescimento acima do esperado? Já parou para pensar e estruturar uma estratégia para este problema bom?

Relacionamento estratégico: você tem uma lista de pessoas estratégicas em diferentes segmentos que poderão tirar suas dúvidas quando surgirem? Conhece mais alguém em seu segmento que possa transferir know how para você?

Nem sempre temos as respostas para estes questionamentos. Entretanto, é necessário que consigamos busca-las com a máxima brevidade, pois nelas podem estar o segredo de nosso sucesso e a fórmula para que nossos castelos não sejam de areia.

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Gatilho motivacional: qual é o seu?

Todo mundo começa a correr por algum motivo. Seja para acompanhar os amigos, ter mais desempenho e equilíbrio no dia a dia, perder peso, priorizar a saúde. Dificilmente você se vê competindo em uma prova por mero acaso. Sempre terá um porquê e junto com ele um objetivo. Para atingi-lo, é imprescindível que na trajetória do atleta – profissional ou amador – ele encontre gatilhos que o impulsionem a chegar lá. É assim no esporte e é assim também na profissão.

Ter um propósito é fundamental mas nem sempre o suficiente para fazer com que você saia da cama todos os dias em busca do objetivo que traçou. Para isso, não há remédio nem fórmula mágica: foco e disciplina precisam andar lado a lado com alguns impulsos que o façam querer atingir seu ponto de saturação. Para mim, os gatilhos motivacionais sempre funcionaram e continuam sendo essenciais. Seja um melhor tempo, uma prova mais longa, um desempenho acima do esperado, um novo cliente que quero conquistar para a minha empresa. Só consigo, de fato ir atrás daquilo que tracei como meta se conseguir ativar aquela chama que me faz querer isso mais do que tudo.

Descobrir qual é o seu gatilho motivacional vai fazer toda a diferença nas próximas corridas que encarar ou mesmo no desafio profissional que decidir enfrentar. Muitas vezes ele pode estar escondido nas coisas mais simples do dia a dia. Pode ser aquele e-mail de reconhecimento por parte do seu cliente, que o faz buscar ainda mais a excelência. Ou a vibração da sua família quando cruza a linha de chegada. Junto com a endorfina liberada pelo esporte creio que um gatilho é uma das melhores sensações que podemos ter ao buscar atingir uma meta ousada. Porque são estes detalhes que nos mostram o quão importante é o objetivo, o quanto estamos focados e como o reconhecimento ao nosso redor faz toda a diferença.

Se neste segundo semestre novas provas estão no seu radar e se você ainda não atingiu as metas que planejou para 2016, talvez seja a hora de parar e analisar. Afinal, o que o motiva a ir além? Por que, todos os dias, você sai de casa, vai à luta e consegue novos negócios, novos tempos e um melhor desempenho? Descubra quais as pequenas coisas que lhe fazem, de fato, feliz, realizado e pronto para continuar lutando e use isso a seu favor. A atmosfera da prova, a companhia dos colegas de corrida, a semana que terminou com a sensação de missão cumprida. Não deixe que estas pequenas conquistas ser transformem em rotina e busque nos gatilhos motivacionais a força para o sprint final. Porque 2016 ainda pode nos trazer boas e gratas recompensas e resultados. Esse é o meu gatilho. E o seu?

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Por que as empresas brasileiras não resistem à sucessão familiar?

Segundo o IBGE, apenas 30% resistem à segunda geração e só 5% continuam firmes na terceira. O consultor empresarial Roberto Vilela destaca quais são os erros mais comuns e ações que os empreendedores devem adotar no momento de passar o comando dos negócios para os sucessores

Elas estão em toda a parte e representam 40% do PIB brasileiro. Não há dúvidas de que as empresas familiares, que somam 90% dos negócios no país, de acordo com o IBGE, são a espinha dorsal da nossa economia. No entanto, um problema que atravessa décadas ainda assombra muitas dessas operações: como resistir à sucessão familiar, quando pesquisas mostram que o número de transições bem sucedidas é muito abaixo do esperado?

O consultor Roberto Vilela atua há 15 anos na Mega Empresarial e acompanha o processo em alguns e seus clientes. Ele destaca que o processo precisa ser levado a sério e que alguns erros se tornam comuns na maioria dos negócios. “A questão emocional está muito presente nessa situação. É impossível, na maioria das vezes, os envolvidos não levarem o assunto para a mesa de jantar e os encontros em família. Por isso a cautela e o auxílio profissional são essenciais”, diz.

Segundo Roberto, existem erros comuns na sucessão familiar que, se identificados com antecedência, podem ser revertidos. Ele destaca as ações para garantir o troca de comendo de forma eficiente:

O negócio da sua vida também é o do seu filho?
“Essa é a primeira pergunta que um empresário precisa fazer a sim próprio e ao sucessor. Pode ser filho, genro, irmão. Será que a pessoa que você escolheu para o substituir que assumir o desafio? Nem sempre. E o erro mais comum, que leva facilmente ao fim da empresa é a ascensão de herdeiros que não dividem do mesmo sonho do antecessor”, explica Roberto. Para ele, uma saída eficaz nestes casos é a criação de um conselho consultivo com membros da família e a contratação de gestores profissionais para os cargos de alto escalão.

Acabe com o conflito de gerações
Pais e filhos divergem e nos negócios não será diferente. O consultor da Mega ressalta que na empresa não há espaço para teimosias ou birras e que as opiniões precisam ser respeitadas. “Não importa qual o laço familiar. No momento em que cruzarem a porta de entrada, é necessário adotar uma postura profissional. Assim, mesmo com opiniões divergentes, os envolvidos saberão ouvir e avaliar as questões colocadas”, salienta. Quando não houver acordo, o melhor a se fazer, segundo Roberto é ouvir o que os gestores têm a dizer. No caso de negócios de pequeno porte, a busca por uma consultoria e avaliação externa é uma opção interessante.

Mapeamento das ações e regras claras
Antes de deixar a operação, é preciso que o administrador crie, junto com a próxima geração, um plano de sucessão bem definido. Ações estratégicas, compartilhamento de informações e decisões e a criação e um trabalho conjunto devem começar muito antes do afastamento definitivo do fundador. “Essa questão, apesar de ser bastante clara, ainda é ignorada por muitos. O sentimento de posse do negócio faz com que o dono tome a maioria das decisões sozinho, sem comunicar ou integrar os demais nas ações. Aí, somente quando se afasta passa a compartilhar o que está acontecendo. Neste caso, será tarde demais. O mercado é cada vez mais dinâmico e uma ruptura desse tipo afetará a saúde da empresa”, avalia o consultor da Mega.

Auxílio de um profissional
Por fim, Roberto destaca que a contratação de um profissional externo pode ser crucial para a transação bem sucedida. “Alguém que traga uma visão de mercado sem preconceitos sobre a empresa, que olhe os negócios com um olhar mais frio, dará um norte às decisões. Uma consultoria bem feita fará com que o processo ocorra de forma mais tranquila, com decisões maduras e no tempo certo”, conclui.

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Resultados são construídos com disciplina e concentração

Os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro trazem um vasto universo para observação e aprendizado no que se refere ao comportamento humano. Atletas de diferentes nações reunidos após anos de preparação e dedicação para conquistar seus melhores resultados e, consequentemente, a ascensão profissional em suas curtas carreiras.

A excelência no esporte de alto rendimento é algo que depende de inúmeros fatores que se negligenciados certamente frustram toda uma vida de esforço e expectativas. E essa característica está presente também na vida de qualquer profissional.

Quando insisto em traçar paralelos entre esporte e a carreira profissional é porque de fato as analogias são muito claras e válidas. Imagine você que um atleta muitas vezes inicia sua preparação desde a infância, abrindo mão de muitas coisas e buscando construir com disciplina e muita determinação um futuro promissor em um mercado muito concorrido, que é o do esporte de alta performance.

Chegar aos Jogos Olímpicos pode ser o momento ímpar da carreira de um atleta, porém não é a garantia de êxito. Além de enfrentar adversários igualmente talentosos e capacitados, ele ainda encara um fator primordial para construir seu resultado: a concentração.

É esta característica que proporcionará ao atleta o controle de suas emoções e certamente o fortalecerá para encarar os desafios e superar os seus adversários.

Toda a tecnologia que atualmente nos envolve e veio para facilitar a nossa vida, também cria pontos de ruptura nesta concentração dos profissionais e atletas em seu ambiente de trabalho. Afinal, o campo, tatame, piscina, quadra ou arenas, também são ambientes de trabalho.

Treinadores e chefes de delegações correm para manter seus atletas longe das mídias, redes sociais e do avassalador Pokémon Go. Blindar os talentosos e garantir que estejam concentrados para performarem no momento das disputas, passa a ser primordial para que os resultados sejam alcançados.

Nossas empresas enfrentam problemas similares e muitas vezes tentam, sem sucesso, blindar seus profissionais estratégicos e talentosos para que não sofram influências externas e percam a atenção para os resultados.

Não existem motivos para alienação ou posicionamentos autocráticos, porém vivemos um momento que cabe refletir sobre o que estamos fazendo com nossas carreiras. Muitas vezes, treinamos e abdicamos de muitas coisas durante anos de nossas vidas para chegarmos ao momento decisivo e perdermos para nós mesmos ou para o Pokémon Go.