epa08027139 A Black Friday sale at a store on Oxford Street in London, Britain, 26 November 2019. Black Friday sales have begin across the UK.  Black Friday is on 29 November.  EPA/ANDY RAIN

Experiência de compra e novas formas de pagamento devem se consolidar na Black Friday de 2020

Consumidores do país inteiro aguardam ansiosos por uma das mais representativas datas do comércio – que está em disputa de vendas com as comemorações do Dia das Mães e o Natal. A menos de 20 dias da Black Friday – prevista para 27 de novembro -, a ação comercial deve sofrer importantes mudanças neste ano, devido a pandemia. Os novos hábitos do consumidor devem ratificar durante as ofertas deste ano uma postura já enraizada mesmo em tão pouco tempo: as compras virtuais.

Estamos em uma fase da mudança de mercado em que a maioria dos negócios se adaptou ao meio digital. E isso não foi uma opção, foi uma imposição. Para sobreviver no segmento, seja de produtos ou serviços, o empresário precisou migrar para as plataformas online.

Eu acredito que essa Black Friday, vai ser um marco não apenas em vendas, mas também um divisor de águas na lapidação da forma como o consumidor é abordado.

Nesse contexto de abordagem, os desafios vão muito além de usar boas estratégias para atrair clientes. Claro que é indispensável um estudo detalhado do perfil do comprador para um bom planejamento de vendas, mas existem dois outros tópicos importantíssimos para fisgar esse consumidor repaginado: ampliar as modalidades das formas de pagamento e oferecer uma boa experiência de compra.

São decisões que o gestor precisa ter estabelecidas bem antes de uma data como a Black Friday, por exemplo. Oportunizar que o cliente escolha como pagar pela sua compra de formas diferentes do cartão de crédito ou código de barras é um diferencial, considerando que hoje existem várias opções seguras e práticas como o QR Code e as carteiras digitais, por exemplo. Além disso, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, também já estará em vigor e pode ser um atrativo a mais. No entanto, não é recomendável aplicar estratégias de forma inaugural durante uma grande ação comercial, sob pena de comprometer a experiência positiva do cliente.

Quanto à experiência de compra, é algo que começa a ser construído antes mesmo do consumidor decidir pela aquisição do produto ou serviço. Enquanto nas lojas físicas o primeiro atendimento pode determinar se o comprador leva o que busca para casa, no ambiente online, essa experiência de compra começa no momento em que se fisga a atenção do consumidor, passando pelas facilidades de trânsito pela loja digital, até a entrega do produto e a relação de pós-venda.

O cliente vai voltar na página conforme as facilidades que encontrou no caminho da compra e se o seu desejo foi atendido mesmo depois que recebeu o que comprou. Isso tudo passa por questões estruturais, de estoque, de logística, que são definidas lá atrás. Mais do que nunca o consumidor está no foco do processo – agora ainda mais exigente com preço, qualidade, praticidade e rapidez.

Expectativas para a Black Friday 2020

Segundo a Ebit Nielsen, as vendas através online da Black Friday 2020 devem crescer 27% em comparação com a data de 2019. Já dados do Google mostram que desde agosto o volume de busca por itens com descontos típicos da data está em patamares elevados – enquanto em 2019 o pico de buscas do ano em 72% dos itens de varejo ocorreu na semana da Black Friday, neste ano esse volume já ocorreu entre 26 de agosto e 22 de setembro.

conselho consultivo

Apoio de conselho consultivo é diferencial na retomada do crescimento

O momento de crise exige adaptação. Segundo o IBGE, 44% dos negócios brasileiros foram impactados pela recessão global e agora precisam adequar processos para seguir no mercado. Neste cenário, contar com o apoio de profissionais com ampla expertise, que tragam conhecimento nas mais diversas áreas, da organização jurídica ao posicionamento de mercado, é um diferencial importante. Surgem, assim, os conselhos consultivos, que se tornam cada vez mais importantes na assertividade da tomada de decisão.

Para Roberto Vilela, que é consultor empresarial e mentor de negócios, uma das grandes vantagens de um conselho consultivo é o apoio ao empreendedor nos processos decisórios. “É importante salientar que mais de 90% das empresas brasileiras são familiares. Isso significa que na maioria delas a alta gestão é composta pelos membros da família, que trazem para o cotidiano da empresa e até mesmo baseiam decisões em suas preferências pessoais.  Contar com a opinião de um conselheiro que não tenha essa ligação emocional com o negócio ajuda a ter uma visão livre de preconceitos e evita ações precipitadas e mal estruturadas”, comenta.

Em sua atuação enquanto conselheiro, Vilela contribui com o posicionamento e estruturação de estratégias comerciais. “Diferentemente do conselho empresarial, em que os membros possuem ações da empresa, no conselho consultivo o empresário contrata profissionais externos e pode ou não acatar seus direcionamentos. No meu caso, trago minha vivência de mercado com a preparação de equipes comerciais para auxiliar na elaboração de estratégias de vendas. Contribuo com o conhecimento de mercado, sem ter vínculo com a empresa. Conheço a fundo o negócio, mas a minha opinião é baseada em fatos do cotidiano do trabalho e não de questões que poderiam me beneficiar caso fosse ligado ao negócio de maneira societária”, explica.

Planejamento estratégico com apoio jurídico

O advogado Flávio Pinheiro Neto, que atua com assessoria jurídica empresarial, reforça a importância da estruturação de conselhos consultivos. “Esse tipo de estrutura proporciona à empresa o desenvolvimento de um planejamento e tomada de decisões com o apoio de profissionais externos, que trazem para o negócio questões fundamentais, que vão desde as tendências do mercado até as relacionadas ao formato de atuação e segurança jurídica. A presença de um advogado empresarial na composição deste conselho fará com que a empresa tenha a análise do risco jurídico na tomada de decisão”, comenta.

Com a pandemia, uma das estratégias mais utilizadas pelas empresas foi a constituição de um comitê com a construção de um plano de ação para o enfrentamento da crise, a fim de evitar danos ao negócio, enxergar as oportunidades que surgem e garantir a saúde física e mental das pessoas. Este comitê tem uma função muito similar aos conselhos consultivos, pois possuem profissionais externos que contribuem com a gestão. Portanto, é correto afirmar que “A implantação de um conselho consultivo tem papel crucial, porque traz as melhores práticas do mercado para a base de decisão da rotina empresarial. E há ainda um olhar humano muito importante, que está relacionado à preservação da saúde das pessoas. Ter profissionais com amplo conhecimento na estruturação destas ações ajudará o empresário a estar mais preparado para um processo com foco na retomada e continuidade do negócio”, reforça o advogado.

Para Vilela e Pinheiro Neto, a demanda pela estruturação de conselhos consultivos deve crescer ainda mais no pós pandemia. “Ter o respaldo legal e a assessoria de profissionais experientes ajudou empresas de diversos segmentos no enfrentamento da crise. Pude acompanhar negócios ligados ao turismo neste ano e esta ação foi crucial para a sobrevivência dos negócios mais atingidos pela crise. Avalia-se desde as opções de crédito e reorganização tributária até a mudança no formato de atuação dos funcionários. Na retomada, também serão estas as empresas mais preparadas, com uma visão ampla sobre as oportunidades de negócios”, avalia Flávio. E Roberto complementa: “Deixar se levar pela ligação emocional ao negócio, que é comum entre os fundadores da empresa, pode ser um tiro no pé. Mais do que nunca, é necessário olhar para o mercado com uma visão neutra e que traga para a discussão todos os pontos que devem ser analisados na crise. É isso o que, basicamente, o conselho consultivo fará pela sua empresa”.